12 de junho de 2013

30 Memórias dos 30 (8)

No primeiro ano de faculdade eu voltava para casa de ônibus fretado. Ele me fazia ganhar uma boa hora de transporte e era menos estressante que a doidera de ônibus e metrô de São Paulo.

O incoveniente é que ele passava no final do dia e às vezes eu passava à tarde inteira na faculdade para pegar o Místicus (nome que aparecia na lateral do ônibus, decorado com meteoros dando um movimento de explosão ... quase “my bus rock; baby”).

Esse ônibus tem história por conta das criaturas que o frequentavam. Só um detalhe: o fretado era para o povo que morava na Zona Leste.

As grandes figuras eram: Everest (nome oficial Montanha) – estudande de farmácia e pesquisador de escrementos humanos (sim as histórias eram sobre esse assunto), O casal de namorados – viviam se agarrando no ônibus, menininha da matemática – uma menina chatiha que implicou com a gente, o Vladimir – motorista do ônibus com aquele mulets básico no cabelo e camisa aberta mostrando os pelinhos, as meninas simpáticas da Poli – eu e minha amigas!

História 1: Dos micos os menores ...

Minha amiga de classe e eu estávamos estudando química de tensoativos durante o trajeto até em casa. Ficávamos perguntando questões uma para a outra durante a hora e meia de transporte.
Quando estava chegando no ponto dela, ela começa a se arrumar e vai colocar a bota dela. Só que um dos pares da bota tinha desaparecido!

Ela começa a procurar e não acha. Vai manquando até o motorista e pede para ele ascender a luz, pois tinha perdido “alguma coisa”.

Todo mundo acorda com a luz que ascende e começa a procurar a tal da bota. Enquanto isso, ela pede para eu avisar o motorista que não precisa parar, pois ela ainda não achou o que tinha perdido.

Eu vou lá ver o motorista e digo que ele pode tocar o ônibus que minha amiga ainda não tinha achado o sapato dela ...

No final o casal de namorados achou a bota e minha amiga so passou vergonha!

História 2: Corra Forrest, corra.

Saímos do laboratório de física, após quatro horas de experiências com ondas ou sei o lá o quê. Estávamos meio em cima da hora para pegar o Místicus e para completar, tinha greve e muitos ônibus de linha não funcionavam.

Quando descíamos a rampinha que dava para a avenida onde ficava o ponto do fretado, vemos o Místicus passar. Aí pronto, desesperada eu saio correndo atrás do ônibus, com materiais escolares, xarope na mão (estava mega doente com tosse), gritando com aquela voz rouca para o ônibus parar.

Nisso um amigo que estava no ponto começa a correr também atrás do ônibus, fazendo sinal para ele parar. E nada, ele continuava e eu corria atrás como uma louca.

No final, ele parou. Dei graças a Deus e entrei feliz. Minha outra amiga nos recebeu à gargalhadas e nos disse para agradecer o casal de namorados que nos viu correndo como doidas e alertou o motorista!

A parte dois das historias do Misticus continua no proximo post de memorias.

Um comentário:

Edimervaldo disse...

Místicus... uma lenda